“O prazer dos grandes homens consiste em poder tornar os outros mais felizes" Pascal

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Indústrias Matarazzo: um patrimônio abandonado em Iguape

      
Francisco Matarazzo nasceu em Nápoles, Itália, em março de 1854. Em 1881 imigrou para o Brasil, em busca de um ideal: jamais ter patrão! Abriu seu primeiro negócio no Brasil provavelmente em 1885 na cidade de Sorocaba. Era uma pequena casa que vendi banha.
Francisco Matarazzo chegou a ter 365 empresas, inclusive uma em Iguape, implantada em 1921.
Para gerenciar essa indústria na cidade de Iguape, foi encarregado o major Francisco Firmino de Pontes Oliveira.
A Indústria Matarazzo de Iguape, situava-se em frente ao Valo Grande, mais precisamente na Rua São Miguel, no antigo nº 5, e ainda hoje existem ruínas de suas instalações, destacando-se o gigantesco prédio de tijolos exposto e a alta chaminé, que domina o cenário.
As atividades da Matarazzo na cidade eram essencialmente comerciais. A filial de Iguape, em seu armazém, vendia variados produtos, tais como: sal, querosene, gasolina, farinha de trigo, sabão, velas, fósforos, sacaria, etc. Também comprava, em grande escala, tanto arroz em casca quanto beneficiado.
Possuía grande e produtivo engenho de arroz, do qual, durante muitos anos, foi encarregado o sr. Luiz Correa. Possuía também serviço próprio de navegação fluvial e marítima, de onde se destacavam o paquete "Montenegro", durante anos comandado pelo capitão-tenente Antônio de Brito Lima, e o iate-motor "Alayde".
Quanto aos funcionários da Matarazzo, a empresa empregava em sua maioria pessoal de Iguape. Como os auxiliares de escritório Cyro Sant’Anna, Satyro de Oliveira e o então jovem Pedro Coutinho (prefeito de Iguape, de 1948 a 1952), Appio Augusto Rocha, além de dezenas de outros que desempenhavam diversas atividades.
Em 1929, em virtude de se transferir para a Capital, o major Francisco Firmino passou o cargo de gerente da Matarazzo para Franco Manfredi, que aqui chegou no dia 25 de julho daquele ano. Contudo, Manfredi gerenciou por menos de um ano; já em 7 de abril de 1930, chegava em Iguape, no vapor "Iraty", Theodoro Cervone, o novo gerente da Matarazzo em Iguape.
Infelizmente, o sonho da Matarazzo em Iguape não deu certo. Atravessando então avançado processo de decadência, a cidade não conseguiu comportar uma indústria desse porte. A Matarazzo acumulou prejuízos sucessivos por uma década, até que decidiu fechar sua filial em 1935, abandonando, inclusive, todas as suas máquinas e equipamentos.
Foi um duro golpe no processo de industrialização de Iguape. Em 1939, no mesmo prédio foi instalada a famosa Indústria de Pesca "Pirá", grande marco na industrialização da manjuba em Iguape, que funcionou até a década de 1960.
Suas ruínas podem ser um interessante atrativo turístico, principalmente para aqueles que procuram pesquisar sobre a história das Indústrias Matarzzo ou até mesmo sobre a história de Iguape. Porém, essas ruínas estão abandonadas. Para que efetivamente se torne um ponto de atração turística que possa atrair todos os tipos de pessoas, é necessária uma revitalização das ruínas, oferecendo segurança e serviços informativos.

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